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sábado, 30 de março de 2013

Carboidrato à noite? Está liberado!

Sabe aquele papo de que comer massas, pães, arroz e outros itens ricos em carboidrato após anoitecer seria quase um sacrilégio? Pois um estudo israelense não só enterra esse mito como sugere o contrário: o consumo do nutriente nesse horário aplaca a fome durante o dia, facilitando a perda de peso.
Todos os anos, no nono mês do calendário islâmico, os muçulmanos dão início ao Ramadã. O período sagrado, com duração de 30 dias, celebra a revelação do Corão a Maomé e é marcado por determinadas restrições. Uma delas é jejuar desde o amanhecer até o sol se pôr. Só depois, com o cair da noite, é que as refeições estão, finalmente, liberadas. Esse baita chacoalhão nos hábitos alimentares acabou por despertar o interesse da ciência. Estudos mostraram, por exemplo, uma alteração nos padrões de liberação da leptina, hormônio que sinaliza para o cérebro que é hora de soltar o garfo. 

Inspirados por esse dado, pesquisadores da Universidade Hebraica de Jerusalém, em Israel, decidiram investigar o que acontece com a saciedade e a saúde de quem espera o jantar para comer carboidratos. Na pesquisa, vale frisar, foi observado o sobe e desce não só da leptina mas de outros dois importantes hormônios: a grelina e a adiponectina. "A primeira desencadeia a fome, e a segunda, entre várias funções, facilita a ação da insulina", resume o endocrinologista João Eduardo Nunes Salles, vice-presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica, a Abeso. 

Emagrecer sem sentir fome é um dos grandes segredos para não sabotar a dieta 
A experiência israelense contou com a participação de 78 policiais gordinhos. Eles seguiram uma dieta de aproximadamente 1 500 calorias, composta de 20% de proteínas, de 30 a 35% de gorduras e de 45 a 50% de carboidratos - ou seja, equilibrada e digna de quem deseja caber em uma calça dois números menor. A diferença crucial é que, enquanto uma parte dos voluntários podia distribuir o consumo dos carboidratos no decorrer do dia, a outra foi orientada a concentrar a ingestão desse macronutriente no mítico período noturno. 

Depois de seis meses, todo mundo eliminou, em média, 10 quilos. Porém, o que realmente surpreendeu foi a mudança no padrão de secreção hormonal daqueles que esperaram o sol se despedir para levar o carboidrato à mesa. "A leptina, substância que diminui o apetite, subiu durante o dia, momento em que não houve pico de grelina, o hormônio da fome", descreve a nutricionista Rávila Graziany, da Universidade Federal de Goiás. "Esse padrão provavelmente explica o fato de esse grupo ter apresentado índices bem maiores de saciedade", conclui. 

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